Como o cenário político e macroeconômico vai impactar o setor de metais em 2019

O ano de 2018 chega ao fim e mostra um processo gradual de reversão na economia mundial, encerrando um ciclo de crescimento iniciado em 2009 – logo após a grave crise vivenciada um ano antes. Para 2019, é esperado que o PIB global se mantenha estável, ou caia 0,2%, de acordo com previsões feitas pelo FMI, Banco Mundial e Banco Central Europeu.

Entre os fatores que indicam essa redução, as principais são a guerra comercial, principalmente entre China e Estados Unidos, a possibilidade de uma nova crise financeira, o ambiente político instável na Europa e as crises migratórias – fatores que também afetarão o Brasil em maior ou menor grau.

A briga comercial entre as duas maiores economias do mundo já pode ser sentida com a diminuição do nível de exportações, que não tem acompanhado o nível de produção global. Um problema secundário seria a redução dos investimentos, impactando de forma mais acentuada os países em desenvolvimento.

 

Uma nova crise financeira?

Se nos últimos dez anos, os ativos financeiros tiveram grande valorização, com as ações pelo mundo tendo um desempenho financeiro muito superior a média histórica, esse é um aspecto que faz com que analistas liguem uma luz amarela em relação a uma possível nova crise financeira, mais severa e longa que as anteriores, e que, talvez, os países não estejam preparados para vencê-la.

A situação fiscal da maioria dos países não é favorável. O déficit fiscal de economias emergentes e desenvolvidas não contribui para que as bases econômicas necessárias, para, pelo menos, minimizar uma possível crise sejam criadas. E, novamente, Estados Unidos e China são as nações que geram maiores preocupações, com a dívida pública chegando aos 105%, nos Estados Unidos, e 300% do PIB, na China.

Já o Brasil, atualmente, oferece uma conjuntura de situações que favorece o seu crescimento: juros baixos, inflação controlada, pagamentos em ordem, ociosidade da economia e empresas mais enxutas. Por outro lado, as incertezas em relação às mudanças econômicas que serão propostas pelo novo governo, levantam dúvidas sobre como o Brasil passaria por uma possível crise econômica mundial.

 

Como isso afeta o setor de metais?

A tendência é que o mercado se mantenha estável, com aumento em alguns produtos. No caso do aço, espera-se um aumento de 30% na matéria-prima em 2019, devido ao aquecimento do mercado e expectativa de investimentos no setor automotivo no Brasil, além de possíveis melhoras na economia e queda do desemprego.

Já o preço do alumínio deve sofrer impacto direto da guerra comercial entre Estados Unidos e China e da desaceleração da economia mundial e chinesa. Espera-se que o preço tenha pouca variação, mantendo-se valores cerca de 20% abaixo da média dos últimos anos.

O cobre é outro metal que deve sofrer pouca variação no preço. Com forte dependência do mercado chinês, com a desaceleração econômica do país, os preços, que tiveram alta de 30% em 2017, podem não sofrer mudanças drásticas. Por outro lado, com o crescimento dos veículos elétricos, que usam muito cobre em seus componentes, pode influenciar eventuais aumentos.

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