A crise econômica e política tem se prolongado há vários meses. Apesar de movimentações estarem ocorrendo (abertura do processo de Impeachment, governo interino, nova equipe econômica etc) ainda é muito incerta a resolução dos entraves políticos. Consequentemente, ainda não é possível afirmar melhoria ou agravamento no cenário econômico.
Pessoalmente entendo que as perspectivas para melhoria econômica, mesmo que tímida, são reais. Novo governo com nomes de peso na equipe econômica e com agenda transparente e voltada para a retomada do crescimento deve dar sinal positivo aos agentes econômicos. E assim, paulatinamente, pode reconquistar a confiança na economia pelos investidores nacionais e estrangeiros, empresários, população e por aí vai. No entanto, na prática, o sucesso econômico do governo vai depender das negociações políticas no congresso nacional. Ou seja, a perspectiva é boa, porém incerta.
Com respeito ao impacto do cenário econômico na gestão de compras a principal palavra que fica é a incerteza. Quanto tempo mais a economia quase parada deverá continuar?
De qualquer forma, oportunidades e riscos existem na gestão de compras e ações ou cuidados podem ser encaminhados. Na parte da captura de oportunidades, negociações com fornecedores acenando acordos de longo prazo podem reduzir substancialmente margens. A visibilidade de faturamento, pela ótica do fornecedor, no médio e longos prazos significa cobrir custos fixos. E isso é bem atrativo e pode trazer bons resultados. Outra oportunidade é trabalhar com financiamento via fornecedores internacionais ou com acesso a capital externo. Explico, para empresas fornecedoras estrangeiras instaladas no Brasil, colocar capital estrangeiro no país sai barato e lucrativo. O Real está barato comparado ao Dólar e o custo de capital a ser utilizado no Brasil, mesmo que baixo no nosso pais, é altíssimo em seus países de origem. Ou seja, financiar compras no Brasil dá muito lucro.
Por outro lado, tenho visto muitas empresas trabalharem fortemente em substituição de fornecedores capturando oportunidades de redução de custo. Fazendo “sourcings” agressivos no mercado. A lógica é que o mercado está favorável a quem compra. Tem muita gente vendendo e pouca gente comprando. Isto em parte é verdadeiro. Porém deve-se tomar cuidado pois, por outro lado, uma proposta matadora de um novo fornecedor pode esconder um desespero financeiro em faturar. Mesmo com uma RFP e definições de escopo claros não garantem, neste momento de alta carência financeira, que o novo fornecedor vá entregar o que prometeu.
Resumindo, as crises trazem oportunidades. Porém a construção de relacionamentos de longo prazo com fornecedores, em detrimento a aparentes oportunidades de redução de custo de curto prazo, no meu modo de ver, prevalece.
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Escrito por Claudio Mitsutani
O momento econômica está oportuno para negociações de redução de custos, mas, deve-se tomar muito cuidado com contratos de médio e longo prazo, pois, ainda temos uma economia muito instável e um fator câmbio indefinido. O que parece ser lucrativo neste momento, pode se tornar um mau negócio daqui a 2 ou 3 anos.
Parabéns pelo texto.
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